No dia 10 de
maio de 2012 teve lugar na nossa escola as Jornadas do Ambiente. No painel dos
preletores estiveram presentes o Professor Doutor Engenheiro João Batista, a
Dr.ª Paula Marília Figueira, o geógrafo Dr. Ilídio Sousa e o Professor Doutor
Hélder Spínola.
No primeiro
fórum intitulado “Geodiversidade no concelho do Funchal: Cultura, Turismo e
Ambiente”, o Professor João Batista presenteou o público com imagens do passado
e do presente para demonstrar as modificações ao longo da linha de costa do
Funchal. Deu a definição de aluvião, referindo os vários aluviões que
aconteceram na ilha da Madeira, nomeadamente o de 1803, 1976, 1993 e mais
recentemente o de 2010. Falou dos fatores inerentes aos aluviões, nomeadamente
a descompressão do terreno, o rebaixamento do nível freático e a consequente
modificação do regime hidrológico, o que provoca fissuras nos edifícios
circundantes, não esquecendo também o estrangulamento dos cursos de água. Foram
feitas também algumas recomendações para minimizar os efeitos dos aluviões.
Numa outra
fase da sua apresentação falou sobre a importância da calçada madeirense,
inspirada no bordado madeira - a “calçada de pedra miúda”, fazendo referência
ao facto de mestres calceteiros madeirenses terem ido para o continente fazer
calçada madeirense, mas com calcário.
Referiu também
a íntima ligação da cidade de Aveiro com o Funchal, nomeadamente através de
cacos cerâmicos e seixos, materiais vulcânicos que foram transportados do
Funchal para Aveiro. Mencionou, ainda, a Sé do Funchal como um monumento único
no mundo pela qualidade das pedras utilizadas na construção e a sua variedade
cromática.
O segundo
fórum contou com na presença da Dr.ª Paula Marília Figueira, com o tema “A
Floresta Laurissilva…o habitat da Biodiversidade… um património mundial”. O
objetivo da sua intervenção foi o de promover e sensibilizar para o
conhecimento e preservação do ambiente, não esquecendo a importância do
voluntariado, que tem na sua base o gosto pela natureza e a valorização da importância
da floresta.
Fez referência
aos vários tipos de vegetação existentes na Madeira: Zambujal, Laurissilva do
barbusano, Laurissilva do Til e do Vinhático e Urzal de altitude – uma floresta
que se formou há milhões de anos, mas que persiste até ao presente. Ressaltou
que a floresta da Madeira prima pela sua biodiversidade, ou seja, pela grande
diversidade de espécies que nela podemos encontrar, não esquecendo a
importância dos cursos de água. Finalizou a sua apresentação referindo que
“Conhecer e respeitar a floresta…é um dever de todos nós!”.
A segunda
parte das Jornadas, iniciou-se com a apresentação do geógrafo Dr. Ilídio Sousa
que trouxe o tema “Catástrofes naturais: O Homem e a Natureza “, mencionando a
evolução do homem e como essa evolução se traduziu no meio ambiente,
salientando a sua intervenção cada vez mais marcante no território. Deu alguns
exemplos no mundo: Pearl Harbor, no
Havai, onde o Homem construiu dentro e à volta da cratera do vulcão, referindo
que neste caso este tipo de povoamento não é um risco, pois o vulcão está
extinto; enquanto que em Nápoles, na Itália, existe risco para a população, uma
vez que o vulcão está ativo.
Referiu que a
presença humana é por vezes ameaçada por fenómenos naturais destrutivos e
mostrou o registo das 40 piores catástrofes ocorridas no mundo entre 1970 e
2009. Salientou que ao se adicionar a um fenómeno natural extremo a exposição
de pessoas, bens e/ou equipamentos criamos situações de risco.
Salientou que
é necessário conhecer os riscos para prever os danos e melhorar a capacidade de
resposta da população perante situações de risco.
Por fim, assistimos
à intervenção do Prof. Dr. Hélder Spínola que apresentou o tema “O Défice
ecológico” apresentando causas e algumas soluções para prevenir o défice ecológico.
Alertou a plateia para o risco que todos corremos ao consumirmos os recursos
naturais do planeta até à exaustão e a uma velocidade maior do que aqueles são
produzidos, ou seja, ao vivemos acima das possibilidades ecológicas do planeta.
Devemos então, na opinião deste preletor, pensar no que realmente importa:
consumir, mas apenas aquilo de que realmente se necessita. Desta forma
estaremos a garantir a saúde do planeta e a dar-lhe oportunidades para se
renovar, entregando aos nossos filhos um planeta mais saudável!
Na opinião dos
formandos que estiveram presentes, nomeadamente as turmas 1, 2, 3 e 4, estes
fóruns foram bastante interessantes e contribuíram em muito para a sua formação
enquanto pessoas e cidadãos, quer pelos temas tratados quer pela forma como os
preletores os fizeram refletir sobre as temáticas propostas, alertando-os para
a importância do conhecimento e da defesa do nosso património cultural,
turístico e ambiental.