Saída de Campo – 19 de maio de 2012
Ribeiro Frio - Balcões
Iniciámos a partida da escola e seguimos rumo ao
Ribeiro Frio. Aquando da chegada o tempo, sem qualquer surpresa nesta altura do
ano e devido à localização, não estava a nosso favor, mas decidimos fazer a
caminhada.
A caminhada pedestre iniciou-se na E.R. 103 do
Ribeiro Frio, acompanhando o curso da Levada da Serra do Faial, até ao
miradouro dos Balcões, que tem uma vista panorâmica sobre o vale da Ribeira da
Metade.
Fomos acompanhados nesta caminhada pela Dr.ª Paula Marília Figueiredo
da Direção Regional de Florestas que graciosamente aceitou o nosso convite e
nos elucidou sobre a biodiversidade da floresta Laurissilva, a importância
desta floresta e a consciência que cada um de nós deve ter quanto à sua
preservação.
Circundantes à levada predominam as mais variadas
espécies endémicas entre as quais os Loureiros (Laurus novocanariensis), os
Vinháticos (Persea indica), a Uveira da Serra (Vaccinium padifolium), as
Orquídeas da Serra (Dactylorhiza foliosa) e também árvores exóticas de folha
caduca tais como os Carvalhos (Quercus robur) e os Plátanos (Platanus x
acreifolia) que se distribuem regularmente na margem do caminho.
No Miradouro dos Balcões deparámo-nos com uma vista
esplêndida, coberta pelos vales verdejantes caraterísticos da Floresta
Laurissilva, a qual adquire especial importância como “produtora de água”, pois
aproveita-se das águas carregadas pelos nevoeiros que ao tocar nas folhas das
plantas caem em gotas e são conduzidas em grandes quantidades até ao solo,
alimentando posteriormente as nascentes e as ribeiras. A Central Hidroelétrica
da Fajã da Nogueira, totalmente visível deste ponto, é testemunha do valor que
esta floresta traduz para a ilha da Madeira, produzindo eletricidade com a água
retida e abastecendo todo o concelho de Santana.
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Com alguma sorte, o que não foi o nosso caso, é
possível avistar o Bisbis (Regulus ignicapillus maderensis), o pássaro mais
pequeno da floresta madeirense, o Tentilhão (Frigilla coelebs maderensis), a
Lavadeira (Motacilla cinerea schmitzi), o Melro-preto (Turdus merula cabreae),
o Papinho (Erithacus rubecula), a Manta (Buteo buteo harteti) e o raríssimo
Pombo Trocaz (Columba trocaz).
De regresso ao Ribeiro Frio, pelo mesmo percurso,
aproveitámos para adquirir algumas recordações do artesanato regional e
redescobrir, no Parque Florestal do Ribeiro Frio, os viveiros de trutas
Arco-íris (Oncorhynchus mykissWalbaum) do Posto Aquícola do Ribeiro Frio, cujo
principal objetivo é a sua produção para o repovoamento das linhas de água da
ilha da Madeira.