domingo, 23 de fevereiro de 2025

ESPÉCIES EXÓTICAS INVASORAS AMEAÇAM A FLORESTA LAURISSILVA

 

Conhecer para Proteger: uma responsabilidade de todos

A floresta Laurissilva e a ameaça das EEI



No passado dia 6 de fevereiro, pelas 19:30, os formandos dos Cursos EFA (níveis Básico e Secundário) tiveram a oportunidade de assistir à Palestra, “Conhecer para proteger: a floresta Laurissilva e as espécies invasores”, com a presença do biólogo, Carlos Lobo, e da engenheira florestal, Cristina Medeiros, ambos técnicos do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN).

Sendo a floresta Laurissilva um recurso natural muito valioso, é imperativo conhecer este ecossistema único, cujas espécies endémicas constituem um património raro a nível mundial, já reconhecido pela UNESCO, em 1999.  

O biólogo, Carlos Lobo, procedeu a uma apresentação pormenorizada das espécies que fazem parte da floresta Laurissilva, e que se encontram estratificadas por diferentes níveis: num nível superior, as árvores de grande porte, nomeadamente, o loureiro, o til, o barbuzano, o vinhático; num nível intermédio, abundam os arbustos como as urzes e o sanguinho; por fim, num estrato mais baixo, por exemplo, encontramos os fetos e os líquenes.

O técnico sublinhou, ainda, os importantes papéis que a floresta Laurissilva desempenha nas mais variadas vertentes, apesar  de ocupar apenas 20% do território insular: defesa contra a erosão; manutenção dos caudais de ribeiras, nascentes e levadas; produção e regularização da água utilizada para o consumo humano, nas suas mais diversas atividades.  

               A segunda parte da palestra foi da responsabilidade da engenheira florestal, Cristina Medeiros, que nos alertou para a existência de espécies exóticas invasoras (EEI), que constituem uma das principais ameaças à biodiversidade na ilha da Madeira, com graves consequências para o nosso clima. Por isso, o controlo de EEI é fundamental para a conservação das espécies e dos seus habitats naturais. A luta contra as espécies exóticas invasoras depende de todos nós. A melhor estratégia é a PREVENÇÃO.

Não obstante, há desconhecimento e resistência quanto a esta problemática, dado que algumas das espécies (por exemplo, as hortências, as plumas, a lantana) já se encontram enraizadas nas tradições culturais madeirenses, quer como plantas ornamentais para jardins e arruamentos, quer pelo facto de fazerem parte do nosso universo de memórias.

               A reação dos formandos, auscultados à posteriori, foi diversa. Umas de espanto: “Não sabia que existiam plantas ditas “invasoras”; “Deviam proibir estas plantas”; “Afinal, as nossas atividades podem potenciar a propagação das invasoras”. Outras de desconfiança: “Sempre vendi hortências e agora dizem que não devo?!”; “É o próprio governo que as planta nas bermas das estradas!”.

               Concluímos, por isso, que há ainda um longo percurso a percorrer no sentido de não só dar a conhecer a riqueza dos nossos recursos naturais, como também sensibilizar a população madeirense para a sua proteção através da irradicação das invasoras porque é fundamental, tal como o nosso Projeto Interdisciplinar indica, “Conhecer para Proteger”.

 

Célia Gonçalves (EFA)













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