Conhecer para Proteger:
uma responsabilidade de todos
A floresta
Laurissilva e a ameaça das EEI
No passado dia
6 de fevereiro, pelas 19:30, os formandos dos Cursos EFA (níveis Básico e
Secundário) tiveram a oportunidade de assistir à Palestra, “Conhecer para
proteger: a floresta Laurissilva e as espécies invasores”, com a presença do
biólogo, Carlos Lobo, e da engenheira florestal, Cristina Medeiros, ambos técnicos
do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN).
Sendo a floresta
Laurissilva um recurso natural muito valioso, é imperativo conhecer
este ecossistema único, cujas espécies
endémicas constituem um património raro a nível mundial, já reconhecido
pela UNESCO, em 1999.
O biólogo,
Carlos Lobo, procedeu a uma apresentação pormenorizada das espécies que fazem
parte da floresta Laurissilva, e que se encontram estratificadas por diferentes
níveis: num nível superior, as árvores de grande porte, nomeadamente, o loureiro,
o til, o barbuzano, o vinhático; num nível intermédio, abundam os arbustos como
as urzes e o sanguinho; por fim, num estrato mais baixo, por exemplo,
encontramos os fetos e os líquenes.
O técnico
sublinhou, ainda, os importantes papéis que a floresta Laurissilva desempenha
nas mais variadas vertentes, apesar de ocupar
apenas 20% do território insular: defesa contra a erosão; manutenção dos
caudais de ribeiras, nascentes e levadas; produção e regularização da água
utilizada para o consumo humano, nas suas mais diversas atividades.
A
segunda parte da palestra foi da responsabilidade da engenheira florestal,
Cristina Medeiros, que nos alertou para a existência de espécies exóticas
invasoras (EEI), que constituem uma das principais ameaças à biodiversidade na
ilha da Madeira, com graves consequências para o nosso clima. Por isso, o
controlo de EEI é fundamental para a conservação das espécies e dos seus
habitats naturais. A luta contra as espécies
exóticas invasoras depende de todos nós. A melhor estratégia é a PREVENÇÃO.
Não obstante,
há desconhecimento e resistência quanto a esta problemática, dado que algumas
das espécies (por exemplo, as hortências, as plumas, a lantana) já se encontram
enraizadas nas tradições culturais madeirenses, quer como plantas ornamentais
para jardins e arruamentos, quer pelo facto de fazerem parte do nosso universo
de memórias.
A
reação dos formandos, auscultados à posteriori, foi diversa. Umas de espanto: “Não
sabia que existiam plantas ditas “invasoras”; “Deviam proibir estas plantas”; “Afinal,
as nossas atividades podem potenciar a propagação das invasoras”. Outras de
desconfiança: “Sempre vendi hortências e agora dizem que não devo?!”; “É o
próprio governo que as planta nas bermas das estradas!”.
Concluímos,
por isso, que há ainda um longo percurso a percorrer no
sentido de não só dar a conhecer a riqueza dos nossos recursos naturais, como também
sensibilizar a população madeirense para a sua proteção através da irradicação
das invasoras porque é fundamental, tal como o nosso Projeto
Interdisciplinar indica, “Conhecer para Proteger”.
Célia Gonçalves (EFA)
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